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Evolução do Brasil nos esportes de inverno: atletas e dificuldades

Atualizado: 26 de nov. de 2020



Isadora Willians participou de sua segunda Olimpíada em 2018 (Foto: Divulgação/CBDG)




Ao se analisar a lista de atletas contemplados pelo programa Bolsa Atleta, não existe nenhum auxílio para atletas de base e de nível escolar nas modalidades de inverno. Sem o incentivo financeiro às modalidades, dificilmente elas evoluirão para um quadro de competição mais elevado. As conquistas são o principal motivador das bolsas, tanto é que algumas jogadoras da Seleção Brasileira de futebol recebem o auxílio


“Então as olimpíadas de inverno ou esportes de inverno se você não têm medalha ninguém vai querer incentivar, a não ser que seja iniciativa privada. Alguém que goste muito de patinação ou de bobsled vai investir numa atleta, por exemplo uma Isadora Williams da vida, ela vai ser campeã olímpica. Aí é diferente é uma coisa bem específica . Como aconteceu com o Guga no tênis, por exemplo, depois nunca mais aconteceu, uma coisa bem específica.” cravou Lucas.



Desta forma, o jornalista cita o exemplo do tênis, que teve Gustavo Kuerten como grande estrela, mas que, por conta de falta de investimento na modalidade, nunca mais teve um tenista no topo do ranking mundial. Assim, é possível que um atleta de alguma modalidade de inverno conquiste uma medalha olímpica, mas é pouco provável que isso irá impactar o futuro da modalidade, em termos de investimento.



“Então você vê tênis que é uma coisa bem específica, teve um cara que foi número 1 do mundo, que ganhou Roland Garros, enfim você vê que a gente não aproveitou isso, aí você imagina esporte de inverno. Eu acho que não vai ter essa popularidade. Vai ter um público específico que goste de esportes de inverno, mas é até uma classe social mais alta, pessoas que já skiaram , pessoas que gostam de neve, enfim pessoas que já tiveram contato com esportes de inverno acho que é isso.” completou.



Popularização das modalidades de inverno no Brasil


A primeira participação nas Olimpíadas de Inverno foi em 1992, em Albertville, na França, quando sete atletas foram convidados para a modalidade de Ski Alpino. No entanto, foi apenas em 2010 que os esportes de inverno passaram a ter mais visibilidade na imprensa brasileira. Isso só foi possível por conta da transmissão da Olimpíada de Vancouver, no Canadá, pela Record TV.

Pela primeira vez na história uma Olimpíada de Inverno era transmitida em TV aberta. Anteriormente, o evento só poderia ser acompanhado nos canais de TV por assinatura. A primeira transmissão fez muito sucesso, principalmente com o curling, que virou o esporte de inverno mais querido dos brasileiros. Segundo um levantamento da CBDG, o Brasil é o terceiro país que mais assiste curling durante as Olimpíadas de Inverno, atrás apenas dos Estados Unidos e da Suécia.

O fator novidade foi um grande impacto na popularização dos esportes de inverno no Brasil. No entanto, outro fator importante foi o horário das transmissões. A Record não transmitia todos os eventos, mostrando apenas aqueles no período da noite, com flashes durante o dia. Desta forma, muitos brasileiros passaram a acompanhar o curling, que passava logo depois da novela.

Com os direitos de transmissão ainda vinculados à Record, as Olimpíadas de Inverno seguiram na TV aberta em 2014. Para Sochi, o Brasil levou sua maior delegação da história, com 13 atletas, divididos em sete modalidades. A cobertura também foi grande pela imprensa, com transmissões tanto na TV aberta quanto na TV por assinatura.


De acordo com Lucas Pereira, havia diferenças nas transmissões para a televisão aberta e fechada.


“Em 2014 tinham dois tipos de cobertura uma era a da Record News, em que você fica no ar direto, a gente até chamou outros narradores. E a cobertura da Record, essa era em flashes de quando tinha brasileiros, por exemplo Isadora Willians ,vai ter participação brasileira na patinação, então vamos por flash. Na Record você não fica mais de 30 minutos narrando, a não ser que fosse a patinação artística. Mas na Record News você sentava para narrar e ficava” explica.




Em 2018, os direitos de transmissão da competição foram para a Globo, que mostrava os eventos tarde da noite e de madrugada, já que as Olimpíadas foram em Pyeongchang, na Coreia do Sul. Mesmo com uma delegação menor que na edição anterior (nove contra 13), o Brasil conseguiu resultados expressivos, mostrando a sua evolução.

Um dos maiores exemplos foi a participação da Isadora WIlliams na patinação artística. Em 2014, na sua primeira Olimpíada, ela ocupou a 30ª posição. Quatro anos depois ela se tornou a primeira brasileira a se classificar para a fase fase final da competição, conquistando a melhor posição do Brasil na modalidade, com apenas 21 anos.

O desempenho de Isadora Williams é um grande indicador da evolução do Brasil nas modalidades de inverno e no interesse dos brasileiros pelas Olimpíadas de Inverno. Ainda muito nova, ela se tornou a queridinha do público brasileiro. Na cerimônia de encerramento, ela foi a porta bandeira da delegação nacional.



Isadora Willians fez história nas Olimpíadas de 2018 (Foto: Divulgação/CBDG)

Dois anos depois, o Brasil fez história novamente em uma competição de inverno de nível internacional. Nas Olimpíadas de Inverno da Juventude, 12 brasileiros representaram o país em cinco modalidades diferentes, um novo recorde. Com o novo investimento da CBDG e a criação da Arena Ice Brasil, pode se esperar um crescimento ainda maior para os próximos anos.


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